quarta-feira, 30 de junho de 2010

E depois do adeus

O pintor pintou o quadro
eu o cantei
ao toque do coração
de uma saudade...
Nele ficou a Pátria que sonhei
e a cor da ilusão
de liberdade.
O artista desenhou
o campo em flor
o Sol da Primavera
do passado...
Eu canto a paz sem forma e sem cor
do conflito agora começado.
E a tela inacabada
é destruída
dela restou apenas a lembrança
da cor que o pintor deu
a cada vida...
da forma com que nasceu
a esperança.
E foram cravos vermelhos
desfolhados
e foi a liberdade esfarrapada!
Sonhamos todos nós,
mas acordados...
Ai triste Revolução
tão desejada!
E olho o destroçar
da bela tela
onde se desenhou a nossa esperança
tentando ainda guardar
um resto dela
dentro do meu olhar...
E quero ver o pintor
recomeçar
uma tela da cor dos ideais
para poder um dia ainda cantar:
-Ai bela Liberdade
não morras nunca mais!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

IMATERIALISMO

Que sou na vida?
Na vida sou Poeta!
Escrevo no vento
pois sou analfabeta
não consigo ler
o livro do destino...
Sou caminhante
no escarpado monte
sou toda a lama
à volta desta fonte
onde banhei
meu coração peregrino.
Na vida
sou o ocaso da viagem
deste deserto
sou apenas miragem
no inverter
do tempo que esgotou...
Não me recordes
o nome que ganhei
nem o passar
das gentes que deixei
desta vida
nada me restou.
O corpo flácido
pelos anos flagelado
no pó da terra
jazendo sepultado...
nem a velha lápide
ao Mundo dirá o que sou!
Pois sou Poeta
tudo o que escrever
vai com o vento
ninguém consegue ler...
Sendo Poeta
o que na vida sou?

Poetrix

Poetrix II

O doce mel
saboreado
num pequeno espaço.


No correr das horas

A vida roubou-me o tempo!
Não conseguiu roubar-me
a esperança de viver.